O valor da democracia |
Ao longo dos últimos 15 anos, a estabilidade da moeda tornou-se um valor inegociável da sociedade brasileira. E é vital que assim seja. A poucos dias do primeiro turno das eleições presidenciais, não há candidato com alguma chance real de vitória que levante a voz contra os bons fundamentos da economia. Fica claro que qualquer postura diferente nesse sentido seria suicídio político. A sociedade brasileira assumiu a estabilidade econômica como uma conquista, um valor que deve ser cultivado e preservado. O mesmo pode ser dito sobre a democracia? É verdade que viver num país regido pela arbitrariedade é inconcebível para a maioria dos brasileiros. Mas até que ponto a sociedade está disposta a tolerar que certos fundamentos democráticos sejam desprezados ou subvertidos? Os episódios recentes envolvendo a quebra de sigilo no seio da Receita Federal devem provocar esse tipo de reflexão. Mais de duas décadas após a redemocratização do país, fica evidente a confusão entre os papéis do Estado, do governo e de partidos políticos. Em uma democracia estabelecida e solidificada, o uso de uma instituição do Estado para servir a interesses de governos ou de facções partidárias é inconcebível. É preocupante que o inegável desenvolvimento econômico do país e o legítimo desejo de mais prosperidade transformem a defesa intransigente da democracia - com liberdade de iniciativa, ideias e expressão e governos que representem todos, e não segmentos da sociedade - em algo secundário ou que possa ser adiado. No jogo democrático, não podem existir concessões sustentadas por popularidade política. Não existe meia liberdade - ou liberdade apenas para alguns eleitos. Ao assumir a estabilidade econômica como um valor, demos passos importantes rumo ao desenvolvimento. Será preciso fazer o mesmo com a democracia se quisermos seguir adiante.
CLÁUDIA VASSALLO |
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O poder da SuperPetrobras |
Protagonista daquela que pode ser a maior emissão de ações da história. Dona do pré-sal. Âncora do PAC. A Petrobras só aumenta sua influência na economia brasileira. Isso é bom para o país? |
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Só ele está tranquilo |
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o vazamento de dados sigilosos da Receita Federal é algo corriqueiro. Para os contribuintes, a sensação é que ninguém mais está seguro |
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A ordem é (finalmente) fazer barulho |
Após duas décadas de uma presença tímida no Brasil, a Procter&Gamble passa a enxergar o país como um mercado prioritário - e diferente |
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Bolha? Onde? |
Para a bilionária Zhang Xin, fundadora da incorporadora Soho China, uma das maiores do país, a assustadora escalada dos preços dos imóveis chineses está longe de anunciar um colapso. A hora, diz ela, é de investir |
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Ele faz até o botão |
A fabricante gaúcha de caixas eletrônicos Perto contraria a noção de que é mais eficiente terceirizar e produz 80% das peças que compõem suas máquinas. Qual é a lógica? |
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A amazônia sob nova direção |
Começa a vigorar a concessão de florestas ao setor privado, a maior aposta do governo para conciliar geração de riqueza com conservação. No papel, o modelo é o que há de mais moderno - resta saber se vai funcionar na prática |
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Ideias made in Brazil |
Com décadas de atraso em relação a outros emergentes, o país começa a receber centros de pesquisa de empresas globais |
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O Brasil ficou caro |
De alimentos a salários e diárias de hotel, os preços de diversos bens e serviços aqui estão entre os mais altos do mundo - e isso pode ser um problema para o país |
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A revanche das ONGs |
Por anos, o terceiro setor recebeu críticas do mundo corporativo. Agora, argumenta um novo livro, chegou a hora de os empresários ouvirem o que as ONGs têm a dizer |
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Um rebelde na Savile Row |
Um costureiro faz ternos de "apenas" 3 000 dólares e provoca alvoroço entre os alfaiates londrinos, os mais exclusivos - e caros - do mundo |
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Uma nova máquina de negócios bilionários |
A compra da rede de lanchonetes Burger King, por 4 bilhões de dólares, revela a nova máquina de aquisições globais do trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira - o 3G |
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5 idéias para começar a desatar o nó |
Um dos maiores desafios do próximo presidente é modernizar as antiquadas leis trabalhistas e reduzir a informalidade. EXAME identificou cinco propostas - simples e fáceis de implantar - para aliviar o custo do trabalho e tornar o mercado mais dinâmico |
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"Precisamos ser mais globais" |
O presidente mundial do grupo francês PSA, dono das marcas Peugeot e Citroën, conta como pretende tornar a montadora menos europeia - e qual o papel do Brasil |
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